O primeiro texto bíblico que nos fala da terra prometida é Gn 12,1. Depois de ter prometido a Abraão uma descendência numerosa, o Senhor lhe garante um país, para que ali sua posteridade possa habitar. A terra é dada, portanto, em função da descendência.
Segundo os textos bíblicos é o Senhor que criou todo o universo e que Ele é seu único soberano e proprietário: toda a terra lhe pertence. Israel detém apenas o usufruto. Mesmo quando Israel toma posse da terra, esta continua uma herança, uma dádiva, não uma conquista ou uma ocupação territorial. Já que ela pertence a Deus deve manter as portas abertas ao mundo inteiro. Israel tem a terra para cumprir fielmente a missão universal que Deus lhe deu de preparar a vinda do messias, um descendente desse povo (2Sm 7).
A própria história da terra de Israel torna-se um “ícone” da relação de aliança entre Deus e seu povo eleito: este profana o dom de Deus com derramamento de sangue, com a idolatria e a injustiça. Mas a santidade da terra, apesar de tudo isso, cresce porque está ligada à fidelidade gratuita e misericordiosa de Deus.

É em Cristo que tudo encontra seu cumprimento: no mistério pascal se realiza o processo do Pai colocando o fundamento daquele santuário não feito por mãos humanas, onde a humanidade toda reencontra a verdadeira Jerusalém, a verdadeira Terra Santa, porque ali todo ser pode encontrar-se com Deus “em Espírito e Verdade” (Jo 2,21 ; 4,21-24 ; Gl 3,28-29).
Mas é nessa terra que o povo de Deus trabalhou, escreveu suas memórias e nos deixou as memórias de suas histórias de fé e esperança.