Bullying – Até quando você vai fingir que não é com você?- Kalina Morais

Por 15 de fevereiro de 2016 Reflexão Nenhum Comentário

Em meio a tantas atribulações cotidianas, é aceitável que nem tudo seja visto e absorvido por nós, mas esquecendo um pouco o mundo lá fora, venho falar de um grupo de pessoas que se fazem família na sua expressão lato sensu e, por assim escolher, precisam reorganizar alguns conceitos, algumas manias, alguns hábitos, fazendo com que o convívio com pessoas tão diferentes seja possível, mas que ao mesmo tempo essas diferenças sejam despercebidas, minimizadas (ou pelo menos deveriam ser) pela força maior que os une e motiva: o fato de sermos todos filhos de Deus.

Quando se volta de um longo tempo fora dos caminhos de Deus – meu caso em particular -, se passa muito tempo questionando quais renúncias fazer em nome dEle; recebo isso quase como uma advertência, é como se Jesus me falasse: “Mulher de pouca fé, fala o que inquieta o teu coração e te usarei como instrumento de evangelização”. Pela boca de outro servo, Ele me colocou mais uma vez essa vontade de falar sobre isso. Um rapaz que nem conheço fez um pedido para que o ministério tivesse uma formação sobre o bullying, não simplesmente o que já conhecemos ou ouvimos falar da sociedade, mas esse assédio nessa nossa nova família, no nosso grupo de oração, nas nossas relações voltadas para nossa santidade, na família Pentecostes, que hoje tenho um pouco mais de propriedade em falar dela por querer ser parte, mas que também posso usar o meu pouco tempo de convívio com o grupo para apontar algumas questões. Peço também desculpas por ainda ter um coração fechado e receoso e que essas palavras não tenham um ar de arrogância ou qualquer outra coisa que não seja de Deus, e que eu consiga escrever exatamente o que inquieta o meu coração e o daquele rapaz nas palavras de Deus.

Queria começar denominando o tema: “O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bulliies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social”. Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

  • Espalhar comentários;
  • Recusa em se socializar com a vítima;
  • Intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
  • Ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc.)

Falado isso, peço uma reflexão pessoal de cada leitor. O bullying social já é ruim, imagina o espiritual, pois como falei antes, somos todos diferentes, querendo construir uma nova família e sabemos que nem sempre as diferenças são aceitas e a questão que me vem em oração é que muitos ainda não perceberam a diferença entre aceitar e concordar. É muito fácil na nossa vida nos aproximarmos somente das pessoas que nós escolhemos, qualquer pessoa que minimamente te desagrade pode ser excluída do seu círculo social, é mais cômodo falar mal do que tentar entender. A questão é: quantos de nós estamos preparados para atrairmos os outros a Deus e assumir isso?

Outro momento que me tocou bastante foi quando ouvi de um outro servo – gostaria de reiterar que mais de uma vez ouvi algo parecido – de pessoas dizerem sentir ainda muita resistência com o Grupo Pentecostes. Foi através dessa frase que eu fiz o seguinte questionamento: “De que adianta um grupo santo que não consegue ao menos ver as necessidades de um irmão, que ministram formações belíssimas sobre vários santos e esquecem de um tão simples, que foi São Francisco, que olhou tanto por todos, que se fez merecedor do olhar mais importante?!”

“Reza-se como se vive porque se vive como se reza”.

Pentecostes, toda vez que for rezar, reza por teu amigo sim, mas sai do teu lugar e reza por aquele desconhecido, novato ou até mesmo desafeto, mas reza por amor, e não por achar bonitinho rezar por um amigo.

Pentecostes, toda vez que um irmão confiar uma dor ou segredo, ajuda-o como gostarias de ser ajudado, e não faz daquilo motivo de “chacota” e fofoca para compartilhar com os demais, ridicularizando o teu irmão.

Pentecostes, recebe em cada ministério qualquer um que queira ir por Cristo e para de se achar capaz de julgar quem pode ou merece usar aquela camisa. Saiba: Deus fará isso muito melhor do que você!

Pentecostes, o teu irmão tem pecados que você não cometeu e nem seria capaz de cometer? Glorifica o teu Deus por isso, olha a maravilha que Ele fez em tua vida e reza para teu irmão conseguir tal graça, pois talvez ao falar do pecado dele, você esteja sendo aos olhos de Deus tão pecador quanto ele foi.

Pentecostes, entende que louvar e amar a Deus nunca pode ser uma competição, pois não somos grupos divididos para ver qual a melhor apresentação e como eu faço isso melhor que o outro. É união!!! Não serás digno do olhar de Deus o que for feito com orgulho, prepotência ou mesquinharia. Se junta e faz para a honra e glória do Senhor.

Pentecostes, não diga que a oração do outro foi sem fé, que os símbolos sagrados que ele usa são só “modinha”. Se ajoelha no chão e pede perdão, agradece também por carregar no peito uma cruz, que tem tanto significado e importância para os cristãos.

Pentecostes, acolhe no lugar de afastar.

Jesus disse a Seus discípulos: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 13,34).

E não é com violência, com apontamentos e nem humilhações que conseguimos amar. A moralidade dos atos humanos depende do objeto escolhido, do fim visado e das circunstâncias da ação. Portanto, sejamos instrumentos de amor!

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