Amados irmãos em Cristo, neste mês o nosso boletim trata acerca de uma virtude cristã, a confiança. Nessa formação, trataremos também dessa virtude, porém mais especificamente em como vivenciá-la em relação a Maria, nossa Mãe.

Uma das mais admiráveis virtudes de Maria é justamente a confiança. Maria sempre confiou em Deus, desde a anunciação do anjo Gabriel até a vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Mesmo tendo seu coração transpassado pelo sofrimento e pela dor vivenciados juntos com seu filho Jesus, ela sempre confiou no plano e nas promessas de Deus para sua vida, bem como para a humanidade, como proclamou sua prima Isabel: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” (Lucas 1, 45)
A proclamação de Isabel, sob a monção do Espírito Santo, nos revela que é pela confiança, pela fé da Santíssima Virgem que foram cumpridas as promessas e o plano de Deus a ela revelados. Portanto, ninguém melhor que ela, humana e jovem como nós, para ser nosso exemplo perfeito de confiança e, mais ainda, ninguém melhor que ela para confiarmos, bem como confiamos em seu filho e Nosso Senhor, Jesus Cristo.

Deus usou Maria como instrumento imaculado para manifestar sua maior expressão de amor a nós, para que pudéssemos conhecê-Lo e imitá-Lo; sobre ela fez descer o Espírito Santo, seu esposo, para enviar Seu Filho ao mundo para nos remir e, em seguida, também na presença de Maria, fez descer o mesmo Espírito Santo para nos santificar, para que Seu Filho permanecesse conosco – em nós e em nosso meio. As maiores obras de Deus já foram realizadas, suas maiores promessas já foram cumpridas, e o foram por meio de Maria, pois é em Maria que o Espírito Santo, bem como o Pai e o Filho, se manifestam mais magnífica, perfeita e divinamente. Então, que graças ou virtudes não podem ser alcançadas por meio dela, se em nela confiarmos, já que por meio dela Deus já realizou sua maior expressão de amor a nós? Acaso são as provações ou tentações por nós sofridas maiores que o poder de Deus ou mesmo maiores que o sofrimento passado por Ele e por sua mãe por amor a nós? Tenho certeza que a resposta é não. Então, não é realmente o caminho da vida mariana o caminho mais rápido, fácil, perfeito e seguro que por nós pode ser traçado? Que façamos essa reflexão.

“Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.” (Lucas 19, 26-27)
Somos nós, portanto, os discípulos amados de Jesus, e a nossa casa é o nosso próprio ser. Sabendo que por nós mesmos é praticamente impossível traçarmos o único caminho que nos leva a Ele, Jesus oferece a cada um de nós um atalho rápido, fácil, perfeito e seguro para percorrermos esse caminho. Esse atalho é Maria, abrigando a ela em nós, confiando no seu amor maternal e na sua intercessão, permitimos que, assim como nela, a Santíssima Trindade possa se manifestar mais perfeitamente em nós e em nossa humanidade. Portanto, que aceitemos esse presente que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ofereceu e nos oferece a cada dia: Maria, nossa Mãe. Que deixemos, por sua presença em nós, pelo seu coração imaculado, permitir que se realize em nossos corações um novo Pentecostes a cada momento.

“Que Maria sempre enfeite sua alma com as flores e o perfume de novas virtudes e coloque a mão materna sobre sua cabeça. Fique sempre e cada vez mais perto de nossa Mãe celeste, pois ela é o mar que deve ser atravessado para se atingir as praias do esplendor eterno no reino do amanhecer.” (Padre Pio de Pietrelcina)