Deserto – Luana Lóscio

Por 12 de junho de 2016 Reflexão Nenhum Comentário

“Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2,4)

Após a ascensão de Jesus ao Céu, os apóstolos são chamados por Ele a continuar Sua missão, quando disse “Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai.” (Jo 14,12)

Mas, como Ele mesmo disse, “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5), como os apóstolos continuariam Sua missão sem Jesus? Como saberiam o que fazer? Como lembrariam do que lhes fora ensinado?  Só há uma resposta para estas perguntas: “O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14,26)

Antes do dia de Pentecostes, os discípulos “fechavam as portas”, tinham medo (Jo 20, 19). A Igreja já havia sido instituída, Jesus já os tinha dado o poder de perdoar os pecados e de fazer milagres. Mas, lembre, sem Ele nada podemos fazer. Eles não puderam naquele tempo e nós não podemos hoje. Não sem o Espírito Santo.

Eleé um só, o mesmo desde sempre e para sempre, o que pairava sobre as águas na criação do mundo, o que inspirava os profetas que precederam Jesus, o que cobriu Maria com Sua sombra, o que encheu Isabel, o que desceu sobre Maria e os apóstolos, o que recebemos no Batismo, o que invocamos a cada vez que nos reunimos.

O único pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito e, ainda assim, há quem duvide dos dons que recebemos no Batismo, ou quem pense que blasfemar é apenas “falar mal”. Sim, talvez você seja um deles. Rejeitamos notícias de milagres e testemunhos de conversão, o que não convém a qualquer cristão que sabe que possuímos o mesmo Paráclito das Escrituras e que Ele sopra onde quer(Jo 3,8).

“A messe é grande, mas os operários são poucos” (Mt 9,37) e se os poucos não forem livres no Espírito, “violentos de coração” (Mt 11,12), por mais que o terreno seja fértil, se não houver quem plante as sementes, não haverá frutos a serem colhidos, se não houver quem colha os frutos, eles apodrecerão.

Assim como os discípulos, já somos capazes de realizar milagres, grandes coisas em nome de Jesus, de falar com Ele e dEle, de sermos instrumentos para a conversão não apenas de uma pessoa, mas de três mil (ou mais) como no dia de Pentecostes.

No entanto, permanecemos indiferentes, preguiçosos, calados e mornos. Rezamos apenas multiplicando palavras.Louvamos cantando e dançando como o fazemos com qualquer música, sem guardar no coração o que falam, sem elevar o coração a Deus, com pouco ou nenhum fervor, sob os mais diversos pretextos, como não saber ou não gostar. Somos covardes para corrigir os que erram, para falar de Deus, para partilhar dificuldadesou  pararezar por alguém. Vamosà Missa voltando-nos a tudo que acontece à nossa volta exceto Àquele que se sacrifica e se faz alimento no altar. Descremos da conversão dos nossos familiares e amigos sem sequer nos esforçar para que aconteçam. Não nos dedicamos aos estudos, à família ou ao trabalho. Enfim, muitas são as formas de “porta fechadas” à sua missão, mas uma só a de vivê-la: O Espírito Santo.

“Naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos.”(At 2,41)

Qual a sua missão?

Você já viveu, realmente, o Pentecostes? Se não, o que te faz permanecer de “portas fechadas”?

O que te impede de ser livre no Espírito Santo e o que te falta para ser violento de coração?

Que sementes tem plantado e que frutos tem colhido para o reino de Deus?

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