Discípulos e Missionários- Pe. Reginaldo Manzotti

Por 16 de fevereiro de 2016 Reflexão Nenhum Comentário

Há quanto tempo você está no caminho de Deus? Há quanto tempo você começa e desiste? Há muitos que começaram na infância, pelo batismo. Há muitos que, no meio da estrada tomaram outros rumos. Há outros que perseveram sempre, e outros que estão começando a caminhada. Qual é a sua situação hoje?

Foi Jesus que nos alertou, quando disse: “Eu vos dou um novo mandamento. Amai-vos uns aos outros. Vocês serão conhecidos verdadeiramente meus discípulos a partir do amor que tiverem com seus irmãos” (Jo 13,34-35)

O pacificador indiano Mahatma Gandhi, ao ser questionado se acreditava em Jesus, respondeu: “Eu tenho muita admiração por Jesus. O único problema é que o primeiro e o ultimo cristão morreram na cruz”. Com esta declaração, Gandhi deixou claro que não conseguia ver nos cristãos, autênticos seguidores de Jesus.

A verdade é que não estamos vivendo plenamente o que Jesus disse. Fico pensando que a vida de Cristo não foi nada fácil, tanto que ele morreu na cruz. Ele veio com uma missão, um propósito, sofreu horrores e mesmo assim ainda teve coragem de resumir o amor como seu maior mandamento.

Tudo o que existe de sacramento e rituais na Igreja, desde a ordenação de um papa, bispo ou um padre, os votos perpétuos de uma religiosa, o batismo de uma criança, só se justificam no amor.

Nossas orações são hipócritas se somos incapazes de amar. São Pedro nos diz: “O que nos resgatou não foram ouro e prata. O preço da nossa redenção foi o sangue do cordeiro” (1 Pd 1,18-19). Vejam a consciência que Pedro teve quando escreveu isto. Provavelmente ele viu que tudo aquilo que Jesus pregou, e o seu próprio apostolado estavam sendo banalizados, então ele diz: “Estejam prontos para agir. Sejam sóbrios e coloquem a sua esperança na graça” (1Pd 1, 13)

Na Igreja existem bons trabalhadores e voluntários maravilhosos. Eles dedicam horas de descanso, horas de lazer, para ajudar, para ler, para cantar, para fazer caridade, mas não são amigos de Jesus. São pessoas até altruístas e preocupadas com questões humanitárias, mas são apenas servos do senhor.

Jesus diz: “Já não os chamo de servos, mas o chamo de amigos” (Jo 15,15). Amizade é a relação que Jesus espera ter conosco. Não uma relação de servidão, de obrigação à Igreja e aos irmãos, ou porque temos medo de ir para o inferno. O servo nunca será santo. Quem se relaciona com Deus numa atitude de escravidão nunca conseguirá compreender a profundidade do Pai Nosso, porque Deus não pode ser pai de servos, nem de escravos. Deus só pode ser pai de filhos.

A partir disso, não permitamos que a nossa fé seja estéril. Toda oração e ato sacramental só se justificam pela busca da santificação. Não continuemos como cristãos católicos, só porque fomos batizados. Mas sim porque amamos Jesus e por que queremos trabalhar pelo Reino de Deus.

Todo esse questionamento tem um único propósito: não esquecer do preço do sangue de Jesus.  Muito caro para brincarmos de cristãos, muito doloroso para brincarmos de construir o reino, muito valioso para brincarmos de evangelização.

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