Em muitos casos é em um grupo de oração que se tem um primeiro contato com Deus e por consequência se inicia uma caminhada com Cristo. No início é tudo muito bom, a caminhada se mantém constante e a alegria do louvor e as lágrimas da oração são ingredientes de uma busca constante de Deus. Entretanto com o tempo o louvor não tem a mesma euforia, na oração as lágrimas já não correm pelo rosto e nesse momento aparece o pensamento de que o propósito de Deus acabou e que sua “geração” já passou. Porém o que muitas vezes nos mantém perto de Cristo Jesus é o serviço.

O serviço contém algo que é bastante enriquecedor, independentemente se ele for para Deus ou não. Entretanto o serviço para Deus ainda é mais enriquecedor do que qualquer outro tipo de serviço, pois buscamos o que vem do alto e com pessoas comuns que carregam suas respectivas cruzes e lutam pela evangelização do mundo.

Quando entramos no estágio da caminhada onde o fardo começa a pesar, onde achamos que Deus não nos fala mais, na realidade Ele nos fala através de seu silêncio e é o serviço que nos mantém constante diante dessa provação. É nesse momento que percebemos que Cristo não se limita a lágrimas e palmas, conhecemos neste momento a infinidade que é Cristo, conhecemos essa novidade eterna e diária que é Jesus. É nesse estágio que já não temos tempo para as coisas de Deus, onde os estudos nos consomem, onde o trabalho nos cansa, onde a faculdade consome todo o nosso tempo e não sobra nada para Aquele que nos vigia durante todo o dia. Por isso que digo que o serviço é o que nos mantém próximos de Jesus, pois se assumimos a responsabilidade de servir conseguimos arranjar esse tempo que outrora era impossível.

Servir a Deus é a maior edificação que um Cristão pode almejar em sua caminhada. Não é difícil perceber que muitas vocações para vidas religiosas saem do serviço e depois da ordenação aquele serviço iniciado em um grupo de oração se estende durante seu serviço em vida religiosa. Servir a Deus principalmente em grupos de orações é o suplemento da caminhada, pois há um aprofundamento e um amor por parte do servo na realização daquele serviço.

“Já não vos chamo servo, porque o servo não sabe o que faz seu Senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai” (Jo 15, 15). Consegue perceber a complexidade e ao mesmo tempo a simplicidade das palavras de Jesus? Ele não nos chama de servos, mas de amigo, pois conhecemos o que vem do Pai por Ele, por isso o serviço é algo maravilhoso!

Existe uma frase que fala que palavras movem, mas exemplos arrastam e se alguém quiser um exemplo esplêndido de serviço lembre-se de sua mãe, Maria Santíssima. Qual maior exemplo que Maria? Maria é modelo de dedicação ao serviço, por isso leva o título de serva por amor e por sua santificação através do serviço subiu aos céus.

Percebemos assim que o serviço é fonte de santificação e é ele que nos mantém firmes e constantes com Deus. Peçamos hoje a Deus a graça de ser como Maria, servos castos, obedientes e amorosos ao serviço a nós confiado. Peçamos também a graça de termos ombros fortes e superar todas as dificuldades que nos impedem de servir e consequentemente se aproximar de Jesus Cristo.

Totus Tuus Maria!