Sexta feira Santa – Reflexão do Evangelho- Rodrigo Gadelha

Por 15 de fevereiro de 2016 Reflexão Nenhum Comentário

Jo 18, 1 – 19, 42

No capítulo 18, nos versículos de 1 a 12 verifica-se a narração da Prisão de Jesus. Podemos presenciar nesse acontecimento, a coragem e a misericórdia que Jesus sempre mostrou diante de toda a humanidade. Podemos observar a coragem, pois em nenhum momento recuou, mesmo diante da ameaça dos soldados que ali estavam com a única missão de prendê-lo, pelo contrário, a coragem de Jesus acabou constrangendo os guardas, que recuaram por um momento. Podemos observar a misericórdia em dois momentos específicos, o primeiro foi o pedido que Jesus fez, para que seus discípulos fossem poupados de sofrerem o mesmo destino que ele, pois sabia que eles seriam os responsáveis de darem continuidade ao Plano de Deus; o segundo momento que Jesus demonstra misericórdia, foi quando curou a orelha do soldado que havia sido decepada por Simão Pedro, mostrando que devemos amar a todos, até aqueles que nos perseguem.

Nos versículos 13 a 27 do capítulo 18, podemos observar que por mais que tentem, os sumos sacerdotes não conseguem enxergar culpa em Jesus, e acabam ficando sem saber o que fazer, pois apesar de estarem tomados pelo sentimento de inveja e preocupados com o poder que estavam perdendo, mas tinham que seguir as leis da época, tanto que Jesus esteve diante de Anás e Caifás, mas nada conseguiram fazer contra Jesus. Vemos também a negação de Pedro e podemos enxergar como ele ainda não estava pronto para seguir Jesus onde quer que ele fosse, pois ele ainda não estava cheio do Espírito Santo, apesar de seu amor por Jesus ser algo exemplar, ele teve medo, como muitas vezes em nossas vidas também o temos, mas vejam que esse mesmo que nega Jesus em frente a centenas de pessoas, é o mesmo que defende e prega sobre Jesus, convertendo milhares de pessoas.

Nos versículos 28 a 40 do capítulo 18 e versículos de 1 a 16 do capítulo 19, vemos o dilema de Pilatos, pois por um lado, ele sabe que Jesus não é culpado das acusações que levantam contra ele, mas por outro lado, ele não sabe como contornar a revolta do povo, influenciado pelos sumos sacerdotes da época. Ele tenta inicialmente libertar Jesus, por meio da tradição que permite que o povo escolha um preso para ser liberto, mas o povo acaba por optar por Barrabás ao invés de Jesus. Pilatos então manda flagelar Jesus, mas que não o matem, pois sabia da inocência de Jesus e temia por sua vida, mas o povo mesmo vendo Jesus em estado de total flagelação, não fica comovido e insiste que ele deve morrer crucificado, então Pilatos faz a célebre lavagem de mãos, como se a partir daquele momento, ele não tinha mais o que fazer por Jesus.

Nos versículos 17 a 37 do capítulo 19, é narrado o caminho que Jesus fez até o lugar do seu calvário, e podemos observar alguns pontos bem específicos narrados pelo evangelista João, vamos a eles. Primeiro ponto a observarmos, que confirma a admiração de Pilatos por Jesus, foi a inscrição que ele ordenou que fosse colocada na cruz de Cristo: “Eis aqui o Rei dos Judeus”. Pilatos não tinha intenção de zombar, muito pelo contrário, pois os momentos que ele esteve com Jesus, foram suficientes para que ele abrisse o coração para a conversão. Outro ponto interessante a ser narrado, são as pessoas que se encontram próximos a Jesus, pois o evangelista narra que Maria, mãe de Jesus, encontra-se lá, de pé. Essa ação de estar em pé primeiro de tudo relata a força que Maria demonstra no momento, apesar de toda dor que sente, de ver seu único filho estar sendo morto como se fosse um dos piores malfeitores da época, porque naquela época, só os piores malfeitores eram condenados a morte na cruz; além de demonstrar força, demonstra o respeito que devemos ter com nosso Senhor, que não importa a dificuldade que a vida possa nos oferecer, devemos buscar sempre nos mantermos de pé e buscar forças sempre próximos de Deus. O último ponto que merece destaque nesse trecho, é o último presente que Jesus nos dá antes de entregar sua vida, que é a de confiar a Maria a missão de ser mãe da humanidade, pois o evangelista narra que ele confiou o discípulo amado a Maria, só que Jesus, como Filho de Deus e sendo o próprio Deus vivo, amava a todos incondicionalmente e na mesma proporção, ou seja, não podemos afirmar que Jesus amava a um discípulo mais que os outros; quando afirmam que João era o discípulo amado, era pelo fato dele ser o mais novo dos discípulos, e Jesus tinha mais cuidado com ele, mas amava a todos por igual.

Nos versículos 40 a 42 do capítulo 19, vemos o cuidado que tiveram com o corpo de Jesus. Apesar de ser um trecho curto do Evangelho, podemos relatar o fato de que o evangelista cita três homens que tiveram sua vida mudada após conhecerem Jesus. José de Arimatéia, um senador da época e membro do Sinédrio, e secretamente, discípulo de Jesus, utilizou de sua influência política, para poder levar o corpo de Jesus para ser velado em um sepulcro e ele era dono do terreno onde Jesus foi sepultado, um jardim muito belo, onde ninguém mais havia sido enterrado. Cita também Nicodemos, era um fariseu naquela época, mas que defendeu Jesus no Sinédrio e teve uma conversa esclarecedora com Jesus, sobre a questão de ter uma vida nova em Cristo, que precisava morrer para o pecado e ter uma vida nova, ou seja, um chamado a conversão. Por último, ele cita também Pilatos, que mesmo sendo responsável direto pela condenação de Jesus, pode ser observado em outros evangelhos, que não só ele, como também sua mulher foram tocados por Jesus, tanto que é narrado que ele não queria ser culpado pelo sangue de Jesus, fez de tudo para que ele não tivesse que ser condenado a morte. Vemos que cada um conheceu Jesus de uma forma diferente, não seguiam a Jesus por conta de suas funções na época, mas mostra também que até aos poderosos as graças de Jesus alcançavam, mostrando o respeito e o amor por tudo que Jesus representou a cada um deles.

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