Sexualidade no Casamento- Pe. Reginaldo Manzotti

Por 15 de fevereiro de 2016 Humana Nenhum Comentário

A questão da sexualidade no casamento não pode deixar de ser discutida. Este é um tema recorrente nos meus programas de rádio porque é uma dúvida muito recorrente dos ouvintes. Num desses programas, uma filha de Deus me mandou uma pergunta pertinente ao assunto. Ela queria saber se deveria contar ao marido que fazia sexo por internet e confessou que estava muito arrependida.

A verdade é que até os pecados estão se modernizando. Este é um exemplo. A questão aqui é bem mais séria do que parece. O que está faltando nesse casamento? Porque fazer sexo virtual se ela tem um marido de carne e osso? O fato é que os casais falam de tudo, mas não tem coragem de discutir sua sexualidade. É preciso ter liberdade para conversar sobre o assunto porque o sexo, assim como o matrimônio, é uma entrega.

É preciso estar muito certo do que se quer de um casamento para não aumentar as estatísticas de casais separados. A fase do namoro e do noivado existe para se chegar o mais próximo possível desta certeza. É o momento do conhecimento do casal. Quero deixar bem claro uma coisa: este conhecimento é de temperamento e personalidade, não de sexo.  É preciso conhecer as compatibilidades de gênio, de fé, e as incompatibilidades também.

As causas e soluções para o adultério:
O adultério normalmente é a exteriorização de um problema maior. Quando alguém chega ao ponto de trair fisicamente, já traiu muitas vezes nas emoções. “Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”(Mt 5,28).

Quando há a disposição para perdoar (e sob a ótica cristã sempre deve haver), as atitudes das duas partes devem mudar. Não é só a questão de perdoar, mas também de reavivar o amor. Já disse isso aqui anteriormente, mas nunca é demais repetir. Para um casal que passou pela decepção da traição, é preciso ter ajuda espiritual (pastorais, movimentos de casais na Igreja) e muitas vezes psicológica. O foco precisa ser de perdão e recomeço para a relação ir adiante. Não adianta perdoar cometendo os mesmos erros e falhas.

Muitas pessoas tentam justificar uma traição por falta de atenção dentro do casamento ou por que foram traídos. Um erro não justifica o outro. A traição por si só já é dolorosa e não precisa vir junto de uma vingança, o que vai potencializar aquela dor. Além do mais, a vingança não vai curar a ferida, não vai trazer paz. Neste caminho, só existe um processo: o diálogo e o amor. O casal tem que amadurecer com essa experiência tão desagradável.

Outro indício de problema é quando o casal tem como expressão de carinho somente o ato sexual em si. Um abraço, um beijo no rosto, um afago no cabelo é sinal de confraternização e não pode ser esquecido em nenhuma relação, quanto menos no casamento. Muitas vezes, o diálogo continua sendo o melhor remédio também nesses casos.

A qualidade da vida sexual é o termômetro da vida afetiva, espiritual e emocional do casal. Deus passa pela sexualidade. O ato sexual dentro do casamento não é algo nojento ou depreciativo. É algo bom e abençoado, mas precisa ser feito com amor e dignidade.

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