“Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus.” (Ef  6,17)
Com essa passagem, São Paulo nos alerta para a importância que temos que ter com a Palavra de Deus, que é viva e santificante. Nela a Palavra é comparada com uma espada, e podemos observar que é um instrumento de ataque, o único mencionado quando lemos essa passagem a partir do primeiro versículo, os outros são equipamentos de defesa. Agora fica a pergunta, como é que nós podemos estar preparados para alguma batalha espiritual, se a única arma que temos, muitas vezes, nós mesmos não a utilizamos? Com certeza estaremos fadados à derrota ou então à vitória será alcançada com enorme dificuldade.

Ainda continuando a comparação da Palavra com uma espada, imaginemos erguendo-a. Se nós não tivermos firmeza ao manuseá-la, ela em breve cairá de nossas mãos e seremos derrotados; assim também devemos agir com a Palavra, temos que proclamá-la com autoridade, a mesma autoridade na qual Jesus a proclamava e convertia vários corações, a mesma autoridade que Pedro utilizou, ao fazer seu primeiro discurso em Pentecostes no qual converteu três mil pessoas. Atentem como nossa ”espada” pode ser poderosa, pois ela permitiu a Pedro derrotar três mil com um só golpe.

Atentemos também a posição onde a espada se encaixa em uma armadura, normalmente ela fica visível aos inimigos, presa na cintura, com um suporte ou então às vezes, presa às costas do guerreiro, mas em ambas posições, ela fica à vista, e é assim que devemos utilizar nossa bíblia, mesmo que nem cheguemos a utilizá-la. É essencial para nós católicos, estarmos sempre de posse dela.

Apesar de ser uma arma de ataque, a espada é uma das poucas armas que também pode ser usada como defesa. Se algum guerreiro lhe atacar com uma espada, você pode bloquear esse ataque também com uma espada. Não necessariamente só porque ela pode ser usada para atacar, que devemos embainhar nossas bíblias para qualquer situação. Até nisso temos que ser cuidadosos e zelosos, pois um guerreiro que não sabe manusear uma espada, está fadado ao fracasso, isso serve também para nós católicos, saibamos a hora certa de atacarmos, mas que esse momento seja quando estivermos sendo ameaçados, para que possamos nos defender. Lembrando que o demônio tem conhecimento sobre as escrituras, logo, temos que ter bastante preparo para essa batalha. Segue abaixo algumas passagens que nos ensinam como manusear bem nossa bíblia, a “espada do cristão”.

Em Mt 4,1-11, podemos ver como Jesus utiliza a Palavra de Deus para superar as tentações do demônio no deserto, pois nas três oportunidades que Ele foi tentado, utilizou-se da Palavra, para acabar com qualquer tentativa do Demônio de corrompê-lo. Da mesma forma, temos que agir nós, católicos, diante das diversas situações nas quais somos tentados e muitas vezes sucumbimos, pela pura falta de conhecimento.

Em 2Tm 3,16-17, Paulo exorta a Timóteo a importância da escritura e o que ele pode fazer e alcançar, utilizando-se dela. Sabemos que toda bíblia é inspiração divina, mas o que nós fazemos com ela é que nos torna verdadeiros cristãos, pois se temos uma bíblia, mas não a utilizamos, é como jogar pérola aos porcos. Não podemos também ser egoístas de guardar todo esse conhecimento para nós, temos que buscar ensinar, corrigir e até exortar se preciso for nossos irmãos que ainda não conhecem esse tesouro.

Para encerrar essa formação, abramos nossa bíblia em Jó 28,28, que retrata muito bem como devemos ser sábios e inteligentes aos olhos de Deus. Vejamos o que o Senhor nos fala por meio dessa passagem e que possamos guardá-la eternamente no nosso coração: “Depois disse ao homem: O temor do Senhor, eis a sabedoria; fugir do mal, eis a inteligência.”