Maria A Bem Aventurada- Anderson Carvalho

Por 16 de fevereiro de 2016 Maria Nenhum Comentário

Assim é descrito na palavra sagrada à citação dada a aquela que seria a Mãe de Deus, escolhida dentre tantas outras, predestinada a acolher em seu ventre aquele que viria trazer a salvação, é a nova Eva que traz em seu seio materno o novo Adão.
Antes de tudo, me parece interessante falarmos quem de fato foi a jovem e pura Maria, mesmo sendo um tanto quanto pretensioso da minha parte falar daquela que viveu em silêncio, guardando tudo em seu coração e meditando. Diz-se de uma virgem discreta, que vivia à espera que a palavra de seu Senhor se fizesse vida nela, pois o “sim” já ecoava em seu coração, daquela em que as Escrituras pouco fala, porém é o bastante para reconhecer a Magnificat obra que Deus através dela a operou.
Myriam é filha de Joaquim e Ana, ele um homem já maduro, com seus quarenta anos, dono de algumas pequenas propriedades de terra, vivia à passar por chacotas, por já ter certa idade e ainda não ter casado, foi aí então que conheceu a jovem e simples Ana, de origem humilde.
Por volta dos seus 40 anos, Ana deu a luz à Maria em Nazaré, norte da Galiléia, que hoje seria o norte da Palestina. A origem do nome de sua filha, apesar de ser comum principalmente naquela região, significa no Hebraico – “Soberana”; do Siríaco – “Senhora”.
Por volta dos oito anos de idade, Maria é consagrada no templo à Deus, tendo então sua alma derramada na presença de seu Dominum, mesmo ainda criança. Tanto São Joaquim como Santa Ana morreram após a consagração do pequeno Ieshuah no templo, no qual o profeta Simeão o reconhece como Redentor, e numa demonstração de obediência de José e Maria em respeito à lei Mosaica, no qual preceitua que todo nascituro do sexo masculino no oitavo dia de vida deveria ser apresentado no Templo.
Há que se dizer que, Maria passou toda sua vida em profundo recolhimento, escondendo-se de si mesma e toda a criatura humana, pois para ela o atrativo mais poderoso era de que só a Deus a conhecesse, justificando assim toda sua discrição, pois, tamanha e profunda era sua humildade. E para esconder tudo o que Deus tinha reservado a ela, assim o permitiu, e por isso lhe é atribuído mais um título, o de ALMA MATER da igreja.
“Kekaretome!” – Foi a expressão usada pelo Anjo Gabriel à virgem, de forma única e aplicável tão somente à ela, que significa – Agraciada, Bendita, Bem-Aventurada. Que é ainda agora, e que continua sendo cheia de graça, isto é Imaculada, sem pecado original. É como um nome que o anjo deu a ela.
Na visitação à sua prima Santa Isabel, acontece a interpretação mais verdadeira de toda a história:
“A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes.  Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos. Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia;  Como falou a nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre”.
Há quem diga que Maria cantou, pois tamanha foi a alegria que sua alma regozijou-se e reconheceu o poder de Deus que se tinha realizado numa pobre escrava.
Em outro momento, Maria encontrava-se com Jesus na comemoração de um casamento em Caná da Galiléia, episódio este que preceituaria o início da sua vida pública, no qual, tendo faltado vinho e a festa ainda não tendo acabado, Maria como atenciosa e medianeira, leva à Jesus o que acontecia. Diz-lhes aos serventes: “Fazei tudo quanto ele vos disser!” – Diante do apelo de uma Mãe não teve Jesus como não atender. É de relevância saber que o vinho naquele tempo simbolizava a alegria da festa, não seria a imagem desvirtuosa que hoje se tem. Então nesse momento podemos enxergá-la claramente como uma Mãe Medianeira de todas as Graças, naquele momento Maria era nossa parte humana, enquanto Jesus nossa parte Divina.
Era quinta-feira da Paixão, os discípulos estavam todos reunidos ao redor da mesa santa, no qual foi repartido e oferecido ali o Corpo e Sangue de Nosso Senhor, talvez muitos ali, naquele momento não entenderam o que acontecia de fato, ou o significado das palavras. Mas o fato é: Onde estava Maria naquele momento? Sabe-se que antes da ceia, as mulheres ficavam recolhidas preparando os alimentos e todas as demais obrigações a que lhes era encarregada, naquele momento o Pão que todos comiam certamente havia sido fabricado, moldado como todo amor, carinho e lágrimas de Maria, que certamente era única que já sabia o que se sucederia. Maria também é a Mulher da Santa Ceia, Maria Eucarística, que para ser mais preciso, esse título poderá ser devidamente colocado desde o momento em que o Espírito Santo nela concebeu o menino Ieshuah, tendo sido assim a Primeira a comungar.
Jesus de Nazaré, já por volta de seus 33 anos, fora julgado e condenando a crucificação, à caminho do monte calvário ele foi, pingando seu precioso sangue, o peso dos pecados de toda a humanidade ele levava nas costas, chegando a não suportar por 3 vezes, mas sua força salvífica o levantava e o fazia andar e dar até seu último suspiro em vida terrena, mas antes ele mesmo sem forças até mesmo para falar, nos deu um dos mais belos e agradáveis presentes, nos deu a sua Mãe, fomos representados por João, o filho amado, no qual recebe naquele momento a Mater Dolorosa, chorosa Mãe que se consumia em dor ao ver seu Filho, que tanto amou, que estreitou em seus braços e pode provar dos mais belos e puros sentimentos que só uma Mãe pode sentir, mas ela tinha um grande diferencial, trazia nos braços o Rei dos Reis, o Filho do Altíssimo que se encarnou na carne de Myriam. Como é bom ter uma religião que tem uma Mãe!
O tempo compreendido entre a Ascensão e Pentecostes é um tempo particularmente mariano. O verso sublinhado nos Atos dos Apóstolos (1,14), que recorda a presença de Maria no Cenáculo, há que ser enfatizado. A iconografia antiga, a liturgia bizantina e as antigas notícias de Maria são unânimes ao recordar a Virgem Maria já no episódio da Ascensão do Senhor ao Céu.
Maria aparece com os discípulos em oração enquanto Jesus sobe ao Céu, e a Mãe se converte assim em testemunha de toda a vida humana de Cristo, desde a vinda do seio do Pai à sua maternidade e desde a ascensão ao seio do Pai com a carne tomada da Mãe. E ela estava lá, com os apóstolos os quais Jesus os confiou, como forma de que eles não ficassem sozinhos até a descida do Paráclito.
Há uma palavra no aramaico, “Gebirah” que quer dizer “Rainha Mãe”.  Próximo ao trono do Rei estava um segundo trono. Muitos assumiriam que o segundo trono pertenceu à esposa do Rei. Maria depois da passagem de Cristo pela terra, quando foi assunta ao céu em corpo e alma, é recebida com todas as glórias e honras de uma Rainha, coroada pelos Anjos como Rainha do Céu e da Terra, ressaltando que não foi a morte que rompeu tão nobre vida, mas sua alma adormeceu em Deus, através de um breve suspiro. O papel de Maria quando se reconhece toda sua grandeza e sua maternidade, é como uma defesa a mais para os necessitados e órfãos que a seguem. Já dizia São Bernardo que nunca se ouviu dizer que qualquer um que à ela tivesse recorrido ou implorado sua assistência tenha sido por ela desamparado, ela é nossa intercessora por predileção e por mérito.
Para nós cristãos a presença materna de Maria é evidência forte, mas que ainda precisa ser necessariamente mais reconhecida, mais vivida, de modo que possamos a fazer parte de fato se sua maternidade o qual somos todos convidados. Ter essa plena certeza e confiança é sumariamente preciso acreditar que ela é a Mulher predestinada do Apocalipse à defender-nos como uma General, precisamos ser soldados de Maria, de forma à estar sempre prontos como ela, para toda e qualquer dificuldade que venha a acontecer. A Vitória é certa, porém nem todos tomaram essa consciência ainda, muitos estão perdidos, não sabem como se proteger, ou até mesmo à quem recorrer.
Deixe Maria agir em sua vida, deixe que ela adquira aquela especial ternura e suavidade que nasce dessa companhia, viver com Maria é poder seguir mais firme na caminhada cristã, é ser conduzido com mais fidelidade à caminho de Jesus, cumprindo todos os seus deveres e necessidades. Você hoje é convidado a abandonar-se nos braços de tão boa Mãe, que sem dúvida irá acolhê-lo com o amor que você merece.

Oh Maria concebida sem pecado original, rogai por nós que recorremos à vós!

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