O sexto dos Dez Mandamentos da Lei de Deus (parte I)- Padre Reginaldo Manzotti

Por 15 de fevereiro de 2016 Doutrina Nenhum Comentário

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena. E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena.  Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério”. (Mt 5, 27-32)

A Palavra de Deus fala com clareza sobre o que está no plano ideal de Deus na criação. Portanto, os filhos, a educação sexual, os valores pelos quais lutamos tem que seguir esse ideal de matrimônio, a que se refere o sexto dos Dez Mandamentos de Lei de Deus – Não cometer adultério. Esse é o referencial.

Por mais que a sociedade tenha permitido o divórcio, este não pode ser o ideal de vida de um casal. Todo o cristão tem que seguir os mandamentos, revelados por Jesus, mas lembrando que entre o ideal e o real é preciso buscar sempre o bom senso.

O sexto mandamento enfatiza a pureza, isto é, não pecar contra a castidade. Por isso, devemos ver a sexualidade como um dom, um presente de Deus. Se não fosse algo desejado por Ele, o ser humano poderia procriar de formas diferentes. Por exemplo, as crianças poderiam nascer em árvores, mas não! Deus quis na sua onisciência e onipotência que o espermatozoide se encontrasse com o óvulo, que houvesse amor, prazer, fecundação e a criação.

Isso significa que a sexualidade integra a pessoa, porém implica num aprendizado do domínio pessoal, que é a castidade – fruto da oração e da vivência dos sacramentos.

A vocação à castidade é uma integração correta da sexualidade na pessoa. E a sexualidade pertence ao ser humano. Ela é uma virtude que deve ser mantida a partir da temperança, do domínio de si mesmo, ou seja, um trabalho de longo prazo.

A castidade não e algo exclusivo de padres, religiosas e religiosos, pois existe em três âmbitos: a primeira dos esposos, a segunda da viuvez e a terceira da virgindade.

Os casados têm que viver a castidade entre eles. É fidelidade do marido para com a esposa e da esposa para com o marido. Na viuvez também tem que se viver a castidade. E uma pessoa que escolheu viver solteira, como os sacerdotes, religiosos e religiosas, tem que viver a castidade.

Existem casais que vivem a castidade conjugal, por problemas de impotência sexual por exemplo. O homem que se tornou impotente e a esposa, por amor, se tornou incontinente.

Enfim, a castidade no seu estado de vida é uma virtude e depende do esforço, seja ela em qualquer idade da vida. É uma virtude moral, é também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual. “O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo” (1Jo 3, 3). Em outro texto encontramos: “O fruto do Espírito é o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a fidelidade e a castidade.” (Gl 5, 22).

Portanto, repito, apesar de ser fruto do esforço humano, a castidade é dom de Deus e fruto de uma obra espiritual.

Já a sexualidade é de toda a pessoa e diz respeito à afetividade, a capacidade de amar, de procriar, de criar vínculos de comunhão.

Quero lembrar, de forma positiva, que a vocação a castidade é uma integração correta da sexualidade na pessoa. E a sexualidade é reservada para os casais. O sexo fora do casamento é uma falta grave, não só contra Deus, mas contra a própria pessoa, e o prazer moralmente desordenado provoca a destruição da dignidade da pessoa.

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