Qual a diferença entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo?- Lívia Katheryne

Por 12 de fevereiro de 2016 Doutrina Nenhum Comentário

Em uma oração “método para rezar com fruto o Santo Rosário” de São Luís Maria Grignion de Montfort, é rezada a seguinte parte à Santíssima Trindade: Um Pai Nosso e Três Ave Marias “para honrar unidade de vossa essência e a trindade de vossas pessoas”.

Essência traz em si um aspecto de centro, aquilo que é unidade da essência do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é a mesma, (o fato rezar por ela é tal que a honrando, o nosso coração aberto se permeia nesta verdade) e a Trindade de vossas pessoas, fala-se de Pessoas, e é sobre estas que será discorreremos neste texto. “Ainda que nossos louvores não vos sejam necessários, Vós concedeis o dom de vos louvar. Eles nada acrescentaram ao que sois mas nos aproximam de vós, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”.

O Credo Niceno-Constantinopolitano traz na profissão de fé “um pouco da explicação sobre cada uma”.

Creio em um só Deus Pai Todo Poderoso, criador do céu e da terra (…) Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, luz da luz. Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai (…) Creio no Espírito Santo, senhor que dá á vida, e procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; Ele que falou pelos profetas (…)”.

Deus Pai Todo Poderoso, (a primeira pessoa da Santíssima Trindade, recordamos que são três? Pois bem, este é a primeira pessoa. São três, mas é único, lembremos da essência!);o Catecismo da Igreja Católica, no número 239, ao designar Deus com o nome Pai traz, principalmente dois aspectos: “Deus é a origem primeira de tudo e a autoridade transcendente, e, ao mesmo tempo, que é bondade e solicitude amorosa para com todos os seus filhos.”, e o que ele quer dizer com isto?  A Experiência que se tem com os progenitores, ou seja, os pais, alimenta a linguagem da fé, ou seja, aproxima nossa mente de entender o cuidado amoroso dele por nós, seus filhos, porém a impressão que tem-se dos pais, pode trazer, por ocasião, a impressão distante do que Deus de fato é, por conta dos pais serem falíveis e assim associarmos erroneamente, lembremos “Ninguém é Pai como Deus o é”, ele traz em si, de fato, tudo o que é bom.

Jesus, é Deus Filho, gerado, não criado, enviado por Deus Pai “Deus enviou seu Filho ao mundo” “nascido de Deus antes de todos os séculos”

“O Espírito Santo na Igreja é a alma, que une o (…) que nos somos (…)ao corpo de Cristo, e assim nos somos Igreja”, Espírito Santo santifica.

Estamos lendo até aqui um pouco sobre a Santíssima Trindade (o Pai, o Filho e o Espírito Santo), porém, o que, ou em que, sua pessoalidade lhes difere uma da outra?

As atividades de ad extra, ou seja, aquele que sai (para associar: extra- fora), quando se designa ação das Pessoas da Trindade, ensinada por alguns teólogos que “as atribuições de cada Pessoa podem se dividir em obras de Onipotência para o Pai, obras de Sabedoria para o Filho, e obras de Amor para o Espírito Santo, advertindo que, ainda assim, os três atributos pertencem a cada uma das Pessoas em comum, pois fazem parte da própria natureza divina, única e indivisível.”

Sabemos as três pessoas tem em si o tudo, “sabemos que não se diferem na natureza, pois é a mesma para as três pessoas”, “(…) as Pessoas divinas também não se distinguem por suas perfeições nem por suas obras exteriores. Assim, nenhuma das Pessoas é mais poderosa ou mais sábia, pois, sendo igualmente mesmo e único Deus, todas as três pessoas “têm a mesma sabedoria e o mesmo poder.” A distinção está, segundo ensina Santo Tomás de Aquino, nas relações de origem.

Como assim relações de origem?

Entendamos na Teologia Trinitária o conceito de causa e consequência, que se difere do da filosofia, pois neste a causa acontece antes da consequência, por serem dois eventos em tempos diferentes, já naquele não houve um tempo em que um existisse sem o outro, “não há um evento histórico”, dar-se desde sempre e para sempre.

“Por isso, o Pai é Pai: n’Ele está a fonte da divindade, embora desde sempre tenham existido o Filho e o Espírito Santo. E os três, juntos ou isoladamente, sejam igualmente adoráveis, co-eternos e perfeitamente divinos.

As três atividades ad intra são conhecidas como paternidade, geração e expiração (ou processão), e correspondem, à luz do que se viu aos movimentos próprios de cada Pessoa designando Sua origem que a distingue das outras, ainda que tenham todas a mesma, única e indivisível natureza divina.”

“O Pai não provém de nenhuma Pessoa; o Filho é gerado pelo Pai; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. São essas relações de origem, relações de oposição, que distinguem uma Pessoa da outra. Bem definiu o Concílio Ecumênico de Florença”.

Participando desta comunhão de amor somos chamados a juntamente com todos os santos, a Santíssima Virgem Maria, todos os bem aventurados, a penetrar mais na profundidade do mistério da Santíssima Trindade, afim que possamos, assim como a Beata Elisabeth da Trindade, dizer:

“Que alegria,(…)

céu na terra encontrei:

o céu é Deus e na minha’alma Ele está”

 

“Glória seja ao Pai, ao Filho, ao Amor também,

que é um só Deus em pessoas três,

agora e sempre e sem fim, amém.”

 

 

Fontes:

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_

doc_19720221_mysterium-filii-dei_po.html

http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2c1_198-421_po.html

http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/angelus/2006/documents/hf_ben-xvi_

ang_20060611.html

https://padrepauloricardo.org/episodios/trindade-comunhao-de-amor

http://razoavelcrer.blogspot.com.br/2011/10/trindade-de-pessoas-em-deus.html

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