Estudo do Credo (Parte 1)- Valéria Rebecca

Por 15 de fevereiro de 2016 Doutrina Nenhum Comentário

Credo é uma palavra originada do latim, que significa creio. O credo é uma síntese da nossa fé, mas não é a única, existem outras sínteses da fé, e essas sínteses nós chamamos de: profissões de fé. São chamadas assim, porque exprimem de forma resumida a fé professada por nós cristãos.

Quando digo: “Eu creio”, estou afirmando que sou adepta daquilo que o “nós” crê, ou seja, daquilo que o todo é adepto a crer. A comunhão na fé tem necessidade de uma linguagem comunitária, normativa para todos e capaz de uni-los na mesma confissão de fé.

É importante lembrar, que estas sínteses não foram criadas conforme as opiniões humanas, e sim de toda a Escritura, foi retirado aquilo de mais importante, para mostrar na íntegra somente o que a fé nos ensina. Os Apóstolos que elaboraram o Credo, por isso é chamado de: Símbolo dos Apóstolos. Tal como a semente de mostarda contêm em um pequeno grão numerosos ramos, assim este resumo da fé, é capaz de mostrar em poucas palavras a verdadeira piedade contida na Sagrada Escritura.

Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra.

Podemos nos perguntar: Por que o credo começa com o “Creio em Deus?”
Isto ocorre, porque esta expressão: “Creio em Deus”, é a de maior importância, é o princípio das mais verdades que dizem respeito ao homem, ao mundo e a vida daqueles que n’Ele crêem.

Neste início podemos perceber que se fala que Deus é Pai, e criador de todas as coisas. Ele é um ser espiritual, não possui corpo nem sexo; é perfeito, capaz de fazer somente o bem; eterno, não teve princípio e não terá fim. Criou todos os seres, os visíveis e invisíveis (anjos) a fim de que todos possam conhecê-Lo, receber seu afeto e retribuir o seu amor. Criou o mundo maravilhoso, organizado e conduzido com leis para mantê-los.
A criação do mundo é para a manifestação da glória de Deus; Ele cuida do mundo através da sua providência Divina.
Você já deve ter escutado falar: Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente.
Deus é Onipotente, porque tudo pode, absolutamente nada lhe é impossível. A sua onipotência é universal, enigmática e revela-se na criação do mundo, a partir do nada e na criação do homem por amor. Onisciente, porque sabe tudo, nada lhe é desconhecido e oculto.
Onipresente, por estar em todo lugar, nada e ninguém pode se esconder d’Ele.

O homem utilizando a sua inteligência e razão pode conhecer a Deus; saber que Ele é o princípio e o fim de tudo; supremo bem, beleza sem fim e verdade. Podemos conhecê-lo, através da criação, de nós mesmos. Também somos iluminados com a Bíblia, com ela podemos conhecer melhor as verdades que ultrapassam nosso entendimento, como: as verdades religiosas e morais.

Na Sagrada Escritura, encontramos passagens que confirmam claramente a existência de um só Deus. Podemos percebê-las quando Deus se revela ao povo de Israel: “Escuta Israel, o Senhor é um só” (Dt 6,4), Jesus também veio e disse que Deus é o único: “Deus é o único Senhor” (Mc 12,29).
O Ser Supremo é inigualável, único, se não for assim Deus não é Deus. Pois não existem dois deuses. Deus é mistério inefável: “Se o compreendesse, Ele não seria Deus”, disse Santo Agostinho.
Alguns podem até se perguntar: Mas e a Santíssima Trindade?
Deus é uma Trindade Santa: Pai, Filho e Espírito Santo, são um só; este é o mistério central da fé e da vida cristã.
Jesus Cristo revela-nos que Deus é Pai, não só enquanto é Criador do universo e do homem, mas sobretudo porque no Seu seio gera eternamente o Filho, que é o Seu Verbo, “resplendor da sua glória, e imagem da sua substância” (Hb 1,3).

Crer em Deus, o Único, consiste em: conhecer a sua majestade e grandeza; confiar n’Ele em todos os momentos, até mesmo nos mais difíceis; utilizar com retidão tudo o que foi criado por Ele; reconhecer a união e a real dignidade dos homens, que foram criados à imagem e semelhança de Deus; viver em ação de graças.

Deus é a própria Verdade, sendo assim não se engana e não pode enganar. Na primeira epístola de São João vem dizendo: “Ele é luz, n’Ele não há trevas”. A prova de toda essa sua verdade, é o próprio Jesus Cristo, a Sabedoria encarnada; foi enviado para dar testemunho da verdade.

Deus, em si mesmo é amor, se dar inteiramente e de forma gratuita. Ele amou tanto o mundo que lhe deu seu filho único, para que o mundo fosse salvo por seu intermédio. Ao enviar o seu Filho e o Espírito Santo, Deus mostra que Ele próprio é eterna permuta de amor.

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