Estudo do Credo (Parte 2)- Valéria Rebecca

Por 15 de fevereiro de 2016 Doutrina Nenhum Comentário

E em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor.
O nome Jesus significa “Deus salva”. Este nome foi concedido pelo Anjo Gabriel, no momento da Anunciação. Ele nos mostra de forma clara a missão de Jesus, que veio ao mundo com o objetivo de salvar o seu povo dos seus pecados.

Cristo em grego, Messias em hebraico, tem como significado “ungido”. Dizemos que Jesus é o Cristo, por ser consagrado por Deus e ungido pelo Espírito Santo para a missão da redenção. Enviado ao mundo através do Pai, é o Messias esperado por Israel. “Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu” (Jo 3,13), Jesus aceita este título de Messias, pelo seu sentido de “descido do céu”, pois Ele desceu do céu, foi crucificado e ressuscitou. Deu a sua vida para resgatar a do seu povo, foi um servo sofredor, mas sofreu por amor a cada um de nós.

Jesus é o Unigênito do Pai, no sentido de perfeito e único. No Batismo e na Transfiguração de Jesus, a voz de Deus o designa como Filho Predileto. Isto ocorre, porque Jesus é o filho que conhece o Pai, veja: “Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo” (Mt 11,27).

Segundo a Bíblia, o título Senhor, é designado comumente Deus Soberano. Jesus atribui este título a si mesmo, por revelar a sua soberania divina sobre todas as coisas, sobretudo com a sua Ressurreição. Nas primeiras confissões cristãs, a honra, a glória e o poder de Deus, também são devidas a Jesus, porque Deus deu-lhe um nome que está acima de qualquer outro. É o Senhor do mundo e de todos nós, o único no qual o ser humano deve submeter sua própria liberdade inteiramente.

Concebido pelo poder do Espírito Santo, e nasceu da Virgem Maria.
Jesus encarnou no seio da Virgem Maria, através do poder do Espírito Santo, e fez isso por cada um de nós, para a nossa salvação. Com o objetivo de nos reconciliar com Deus Pai, para então conhecermos seu infinito amor e bondade, sendo assim o nosso grande modelo de santidade.

A Igreja considera “Encarnação” o mistério maravilhoso, em que há a união da natureza divina e da natureza humana na única pessoa divina do Verbo: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1, 14).

Quando se fala que Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo, significa que Maria o concebeu em seu seio, por obra do Espírito, não havendo então a colaboração de homem algum. Na Anunciação o Anjo Gabriel lhe disse: “O Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc 1,35).

Maria é Mãe de Deus, porque é a mãe de Jesus. Aquele que foi concebido pelo Espírito Santo, se tornou verdadeiro Filho de Maria e é o eterno Filho de Deus Pai.
Maria é considerada Virgem, porque assim permaneceu na concepção do seu Filho, no parto, gravidez. Virgem Mãe, Virgem perpétua.

Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.
Por inúmeras vezes tentam prender Jesus, mas só conseguem quando é chegada à hora. Ele mesmo reconhece essa hora e toma a iniciativa de se deslocar até o lugar onde irá ser preso. Diante daquele momento, se vê perturbado, contudo tem a consciência de que foi para essa hora que veio.
Foi condenado por Pôncio Pilatos, que era governador da Judéia, o qual, mesmo sabendo da inocência de Jesus, lavou as mãos e cedeu às ameaças dos judeus.
Jesus carregou a sua própria cruz durante centenas de metros, até chegar o Monte Calvário.
Sabe-se que a crucificação ocorria para aqueles criminosos mais perigosos e eles tinham de atravessar a cidade com a sua cruz.
Como Jesus era Deus, bastaria que sofresse um pouco para a nossa libertação, já que seus atos possuem valores inestimáveis; porém, o seu sofrimento foi maior para satisfazer de forma abundante a justiça divina, mostrando-nos assim o seu amor e nos inspirando um maior horror aos nossos pecados.

Com a sua morte, Jesus realizou a sua missão de nos salvar. Ele então foi sepultado em um túmulo novo, pertencente a um “judeu cristão”, chamado José de Arimatéia.
O Catecismo da Igreja Católica ao nº 630 nos diz: “Durante a permanência de Cristo no túmulo, sua Pessoa Divina continuou a assumir tanto a sua alma como o seu corpo, embora separados entre si pela morte. Por isso o corpo do Cristo morto “não viu a corrupção” (At 13,37).

Desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia.
A mansão dos mortos indica o estado daqueles que, bons ou maus, morreram antes de Cristo. Com a alma unida à sua Pessoa divina, Jesus alcançou ali, os justos que esperavam o Seu Redentor para finalmente acenderem à visão de Deus. Com sua própria morte, venceu a morte e o diabo, libertou os justos que o esperavam e então lhes abriu as portas do Céu.

Além do túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é comprovada pelas mulheres que foram as primeiras a encontrá-lo e então anunciaram aos Apóstolos. “Apareceu a Cefas (Pedro), depois aos doze. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez” (1 Cor 15, 5-6) e a outros.
Os Apóstolos não poderiam ter inventado a Ressurreição, pois ela lhe parecia impossível: de fato, Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade.

A Ressurreição de Jesus não foi um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é o mesmo que foi crucificado, apresentando as marcas de Sua Paixão. A Ressurreição é o ápice da Encarnação, pois confirma a divindade de Jesus, e tudo o que Ele fez e ensinou, realizando assim as promessas divinas em nosso favor.

Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso.
Após quarenta dias em que se manifestou aos Apóstolos, sob as aparências de uma humanidade normal que ocultavam a sua glória de ressuscitado, sobe ao céu e senta-se à direita do Pai. Agora Ele é o Senhor que reina com a sua humanidade na glória eterna de Filho de Deus e sem cessar intercede por nós junto ao Pai. Envia-nos o Seu Santo Espírito e tendo preparado um lugar para nós, nos dá a esperança de um dia termos com Ele.

De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Jesus julgará com a sua autoridade de Redentor do mundo, que veio para salvar todos nós. A relação de cada um com Deus e o com o próximo, os segredos do coração, tudo será revelado. Cada um será repleto de vida ou condenado para a eternidade por suas obras. Com isso, a plenitude de Cristo se realizará e Deus será tudo em todos.

Creio no Espírito Santo.
Quando dizemos que cremos no Espírito Santo, estamos professando a terceira Pessoa da Trindade Santa, que se origina do Pai e do Filho, e juntamente com Eles é glorificado e adorado. Este Espírito Santo foi enviado aos nossos corações, para que pudéssemos receber uma vida nova de verdadeiros filhos de Deus.
Espírito Santo é o nome próprio da terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus chama-lhe também: Espírito Paráclito (Consolador, Advogado) e Espírito de Verdade.

A ação do Espírito na Igreja é de: edificação, animação e santificação. Ele volta a dar aos batizados a semelhança divina que é perdida como consequência do pecado. Usa-nos como testemunhos da Verdade de Cristo, organiza-nos nas nossas mais diversas funções, para que demos o fruto do Espírito.

Creio na Santa Igreja Católica.
Igreja refere-se ao povo que Deus chama e reúne de todos os confins da terra, para formar a assembléia daqueles que, através da fé e do Batismo, tornam-se filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo.

A Igreja tem como autor Deus Santíssimo, por isso é chamada de santa. É chamada também de esposa de Cristo, porque ele mesmo se definiu como o Esposo. Aquele que a amou e uniu-se a ela por uma eterna Aliança. Ele se entregou, purificando-a com o Seu sangue, para torná-la santa, fazendo com que ela seja mãe fecunda de todos os filhos de Deus.
Nela está a plenitude dos meios de salvação. A vocação e o fim de cada atividade de seus membros é a santidade. Nela estão incluídos a Virgem Maria e os diversos santos, que são nossos modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte de santificação de seus filhos, que, aqui na terra, se reconhecem pecadores, necessitando sempre de purificação.

Chama- se Católica, por significar universal e nela está presente o próprio Cristo. Ela anuncia o todo e a retidão da fé; leva e ministra a plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a todos os povos e em todo lugar, independentemente da cultura pertencente.

Creio na comunhão dos santos.
Antes de qualquer coisa representa a participação dos membros da Igreja nas coisas que são santas: a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas, dentre outros dons. O princípio da comunhão é a caridade, aquela não qual não procura o seu próprio interesse, mas move todos os fiéis a colocarem tudo em comum.

Representa também aqueles que pela graça estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns peregrinos na terra, outras já partiram desta vida e estão a purificar-se, ajudados pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. Todos estes formam, em Cristo, a Igreja, uma família una, para louvor e glória da Santíssima Trindade.

Creio na remissão dos pecados.
O principal e primeiro sacramento para remissão dos pecados é o Batismo. Os pecados cometidos após o Batismo são perdoados através do sacramento da Reconciliação ou Confissão, lembrando que este sacramento foi instituído por Cristo, e nele o batizado reconcilia-se com Deus e com a Igreja.

A Igreja tem este poder de perdoar o pecado, porque o próprio Cristo lhe conferiu isso, vejamos através desta passagem:
“Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão retidos” (Jo 20, 22-23).

Creio na ressurreição da carne.
A ressurreição da carne significa que o estado permanente do homem não será somente a alma espiritual separada do corpo, mas que os nossos corpos mortais um dia retomarão a vida.

A comparação que podemos fazer com a ressurreição de Cristo é a seguinte: se Ele ressuscitou dos mortos e vive eternamente, assim também Ele fará conosco no último dia, com um corpo que não se corrompe. Aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, os que fizeram o mal ressuscitarão para a condenação.

A morte é a separação do corpo e da alma, o corpo irá cair na corrupção, enquanto a alma, que é imortal, vai ao encontro do julgamento divino, esperando assim reunir-se ao corpo quando ele for ressuscitado na volta do Senhor. O modo como se dará a ressurreição supera o nosso entendimento e imaginação.

Creio na vida eterna.
A vida eterna é aquela que se inicia logo após a morte, ela não terá fim. Será antecedida para cada um de nós através de um juízo particular feito por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos, e será confirmada pelo juízo final.

O juízo particular consiste em um julgamento de recompensa imediata, que cada um, a partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal; estando relacionada à nossa fé e obras. Esta recompensa funda-se a bem aventurança do céu, logo ou após uma apropriada purificação, ou então a condenação eterna no inferno.

Compreende-se que o céu é o estado de felicidade extrema e irrevogável. Aqueles que morrem na graça de Deus e não precisam de uma posterior purificação, estão reunidos à volta de Jesus, de Maria, dos anjos e santos. Formando assim a Igreja do céu, onde vêem Deus face a face, vivem em comunhão de amor com a Trindade Santa e não cansam de interceder por nós.

Amém.
O amém consiste no nosso sim confiante em tudo aquilo que professamos crer, confiando inteiramente n’Aquele que é o sim definitivo, nosso Senhor Jesus Cristo.

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