“Os lábios mentirosos são abominação para o Senhor, mas os que procedem com fidelidade agradam-lhe” (Pv 12,22).
Como fala na passagem, temos que buscar seguir fielmente a Deus em todas as nossas ações. Mas podemos nos perguntar: qual a melhor forma para conseguirmos alcançar e manter essa fidelidade?

Em Mt 19,16-22, vemos o dilema do jovem rico, que pergunta a Jesus como alcançar a vida eterna. Nesse evangelho, Jesus nos ensina duas lições de como devemos agir fielmente à sua doutrina. A 1ª lição é buscar seguir fielmente Seus mandamentos; não sendo católicos camuflados, onde só quando nos for necessário ou prazeroso devemos buscar ouvir “a verdade” que Ele nos revelou com sua própria vida. Comparando nossa relação com Deus com uma relação de um casal de namorados, vemos que muitas vezes, cobramos muito do outro, em uma relação assim nós também somos cobrados. Mas na nossa relação com Deus, há cobrança unilateral; Deus não nos cobra nada, pelo contrário, Ele nos doa Seu amor e Sua misericórdia. E nós em troca, retribuímos com cobranças, pois ainda não confiamos o suficiente no amor de Deus por nós, pois a confiança é elemento primordial em qualquer relacionamento. A 2ª lição é fazer as coisas na simplicidade, fazer porque é a coisa certa à ser feita, não porque esperamos buscar uma recompensa, tanto que muitas vezes Deus nos “prova” para testar nossa fidelidade, para saber se somos autênticos, ou se somos católicos por conveniência. Devemos lembrar da autenticidade de Jesus e que ele nunca disse que seria fácil esse caminho de salvação, pelo contrário, seria um caminho de cruz.

Em Mt 19,23-26, Jesus fala que é muito difícil um rico entrar no reino dos céus e que obter a salvação para os homens é impossível, mas para Deus é possível. Jesus quando menciona os ricos, ele refere-se à pessoas egoístas, alertando para a questão do desprendimento, para que busquemos cada vez mais nos aproximar d’Ele, abrindo mão de tudo que é vão e não nos engrandece em nada. Por conta disso, que Ele fala que é impossível para o homem conseguir a salvação, pois só em Jesus é que conseguiremos, mas que devemos buscar ser fiéis, ou seja, fazer o que para nós é possível, fazer o que está ao nosso alcance; e termos confiança que o resto virá por acréscimo, que Deus realizará o “impossível”, aquilo que nosso esforço humano não nos permite alcançar.

Em Mt 20,1-16, na parábola dos operários da vinha, vemos que não importa quando nos decidimos a aceitar o chamado de Deus na nossa vida. O importante é escutarmos de coração aberto tudo aquilo que Ele nos pede e realizar com fidelidade os Seus planos para nós, pois a recompensa será a mesma para todos que acolhem Sua vontade: a vida eterna.

Para finalizar, podemos observar em Mt 22,1-14, o destino daqueles que não foram fiéis à voz de Deus. Vemos que as pessoas colocaram tudo acima do chamado de Deus, não honrando o Seu desejo, que era ter a oportunidade de festejar com eles. Atentemos à forma sutil como essa parábola nos fala que essa festa é nossa conquista da vida eterna, pois estaremos diante do dono da festa, que envia seus mensageiros para entrarmos em perfeita comunhão. Essa festa ocorre diariamente em nossas vidas, mas será que estamos sendo realmente fiéis para com Deus e buscando fazer parte dessa comemoração? Lembremos que não somos dignos de tal convite, mas atente que na parábola, Deus chama a todos e se você teve oportunidade de aceitar esse chamado no coração, não desperdice esse presente que Deus lhe proporciona. Ele nos ensina a forma ideal de alcançarmos essa fidelidade, que é buscando seguir o exemplo de Cristo em todas as nossas ações.