Fidelidade com o próximo- Luana Lóscio

Por 15 de fevereiro de 2016 Humana Nenhum Comentário

Queridos irmãos em Cristo, nos reunimos mais uma vez através do nosso boletim que neste mês trata sobre fidelidade. Para vivenciarmos a fidelidade, para sermos fiéis seja a Deus ou ao nosso próximo, é necessário que primeiramente percebamos a fidelidade de Deus à nós. É importante perceber que essa fidelidade não é de caráter humano e sim divino – imutável e perfeita – e que se manifesta em nossas vidas independentemente de nossa fé, de nossa vontade e até mesmo de nossa fidelidade à Ele. Além de perceber, precisamos crer firmemente e, além disso, vivenciar a fidelidade de Deus mesmo nas tentações ou provações pelas quais passamos em nossas vidas, tendo confiança de que Ele cumprirá todas as Suas promessas e de que a Sua vontade, portanto, é o melhor para nós.

Nós, como imagem e semelhança de Deus e como cristãos que buscam imitá-Lo, podemos, ou melhor, devemos também ser fiéis tanto a Deus como ao nosso próximo. Trataremos mais especificamente da fidelidade ao próximo, sendo essa uma forma de fidelidade a Deus, pois o próximo é também imagem e semelhança de Deus. Os nossos próximos, porém, não são apenas os católicos ou as pessoas do nosso grupo de oração, não são apenas as pessoas que creem e buscam viver em Deus e imitá-Lo assim como nós, mas são principalmente os nossos familiares, os nossos amigos, os nossos namorados, os nossos colegas de colégio, faculdade ou trabalho, são todos os que nos cercam. É principalmente através dessas pessoas que nossa fidelidade ao próximo, e portanto a Deus, é provada e que podemos buscar imitar a fidelidade de Deus, sendo fiéis aos que nos rejeitam, aos que não desejam essa fidelidade e aos que são infiéis à nós.

Um bom exemplo de fidelidade a Deus e ao próximo é o ideal de mãe e esposa cristã, Santa Mônica, que tendo um marido infiel, violento e pagão permaneceu orante e fiel à ele, alcançando a graça de ver sua conversão e, mais tarde, alcançou também a conversão de seu filho mais velho, Santo Agostinho, que era volúvel e inconstante, tendo se inclinado para o mal, pelo qual orou e fez penitência durante muitos anos. Santa Mônica nos mostrou, portanto, que é possível pela oração, pela penitência e pelo exercício das virtudes cristãs – amor, mansidão, paciência, entre outras – ser fiel a Deus e ao próximo em nossas vidas, mesmo em meio à tribulações, além de ser uma forma de buscarmos a santidade, a plenitude cristã e de evangelizarmos o próximo através da presença de Deus em nós, do Espírito Santo que está em nós e no próximo. Não podemos esquecer ainda do exemplo de Maria, que fez da sua vida uma expressão de confiança na fidelidade de Deus, de fidelidade a Deus e à toda a humanidade.

Ser fiel ao próximo é uma constante luta contra a nossa humanidade, mas Deus nos permite aspirar a isso, portanto não é algo impossível. Para nos auxiliar, Ele oferece o Seu Santo Espírito para nos guiar e nos permitir ir contra a corrente da sociedade na qual estamos inseridos e que prega a inversão de valores, a distorção da ética e da moral, enfim, que prega a mobilidade e a flexibilidade em tudo, inclusive nas relações humanas. Então, estarmos em comunhão com Deus tanto física como espiritualmente – através dos Sacramentos, principalmente da Eucaristia, e da oração pessoal e comunitária –, abrir o nosso coração e a nossa alma para que o Espírito de Deus nos conduza e nos proporcione imitar a fidelidade divina através da nossa fidelidade humana é o caminho mais fácil, rápido e seguro para sermos realmente fiéis ao próximo.

Não se afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração, assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens.” (Pr 3,3-4)

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