“Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito com seu senhor. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu. Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o homem. Por isso, a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos. Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem exite sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus. Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?” (Cor 11, 4-13)
Para as jovens que acham que o uso do véu é algo proibido, que há séculos isso mudou (antiquado, como algumas afirmam) e não faz sentido retomar essa tradição devo informar que vocês estão completamente erradas… E erradas sobre os três quesitos citados.
Primeiramente, o uso do véu não é algo proibido. Não há mais a obrigatoriedade em usá-lo na Santa Missa como havia antes, porém seu uso sempre foi permitido.
A última vez que a Igreja se manifestou a esse respeito foi em 1917, no Código de Direito Canônico, conhecido como Pio Beneditino. O Cânon 1262 dizia que: os varões na igreja ou fora da Igreja enquanto assistem os sagrados ritos estejam com a cabeça descoberta, a não ser que os legítimos costumes dos povos ou as circunstâncias peçam diversamente. As mulheres, por sua vez, “estejam com a cabeça coberta e vestidas modestamente, especialmente quando se aproximam da mesa do Senhor”, é o que diz o mesmo Código.
Algumas pessoas podem perguntar o motivo das meninas que servem na Missa não usarem esse véu no serviço mesmo tendo costume de utilizá-lo. Bem, aí entra uma questão de não se contradizer: no Concílio Vaticano II foi dado aos leigos a permissão de servirem na Santa Missa e nesse Concílio não foi citada a questão do véu, retirando a obrigatoriedade. Além disso, o uso do véu no serviço litúrgico pode acarretar uma atenção indevida para aquelas que estão o utilizando pelo fato de (infelizmente) não ser algo comum, o que mesmo não sendo intencional fugiria do cerne do uso do véu: a modéstia de nossa Mãe, Maria Santíssima. E também entra uma questão, um pouco pessoal, que alguns véus ficam caindo, sendo necessário segurá-los ou puxá-los de volta, o que poderia atrapalhar o serviço na liturgia.
Chegamos ao segundo ponto: “é algo antiquado, há séculos não se usa mais”. Isso não é verdade. O encerramento do Concílio Vaticano II se deu em 1965, ou seja, são apenas 49 anos de lá para cá. Por mais que as coisas hoje em dia mudem de forma extremamente rápida, o que são 50 anos quando comparados a 2 mil? Sem contar que o uso do véu nunca foi uma “modinha” e jamais deve ser, portanto não há como julgar antiquado um costume que durou séculos e permanece entre as pessoas mesmo não sendo mais imposto. Mas como testemunhos arrastam, vamos a um exemplo real… No livro “O testemunho” a autora, Dalva A. Farias Lima, conta que seu testemunho religioso tem início no ano de 1993 e em um ponto da sua história é relatado que Nossa Senhora pede através de uma mensageira que ela passe a usar véu nas Missas, mostrando que é uma vontade atual de Maria o uso piedoso do véu.
Vamos ao terceiro quesito e, com certeza, não menos importante. “Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?” e agora vamos pensar, diante da maior oração que há (a Santa Missa, sacrifício de Jesus), por qual razão não faz sentido retomar a tradição de usar o véu? Para nós que somos católicas faz todo sentido glorificar a Deus da melhor forma que pudermos, diante disso, a mulher cobrir sua cabeça é esconder a sua própria glória reverenciando Aquele que merece toda a glória. Usar o véu em atenção aos anjos, como diz em Coríntios, significa que ela está participando de um culto de adoração a Deus juntamente com os anjos. Todas as criaturas, homens, mulheres e anjos, se prostram diante de Deus para adorá-lo e, nesse momento, todas elas devem esconder sua glória e dar glória a Deus. Cobrindo a cabeça, a mulher realiza isso de forma visível e ritual. Há de se concordar que toda mulher tem grande apreço por seu cabelo, nele está grande parte da vaidade feminina, cobrí-lo é um sinal de submissão ao Senhor, como quem diz “escondo o que mais chama atenção em mim, para que eu diminua e a Tua beleza seja vista, não a minha”.
Por fim, se a mulher lê as passagens bíblicas a esse respeito e sente o Espírito Santo movê-la, deve primeiramente orar e discernir a respeito. Lembrando que o véu preto é usado pelas mulheres casadas e o branco pelas solteiras. Ao usar o véu você se sente protegida, mais próxima de Maria e muito respeitosa à presença de Jesus. É uma sensação muito boa, na hora da Missa estamos unidos ao Céu, devemos agir como tal. É muito importante que um sacramental seja utilizado pelas razões certas (sacramental é algo usado ou instituído pela Igreja para nos aproximar de Deus, já o sacramentos são coisas visíveis deixadas por Jesus que nos revelam uma graça invisível, ex.: a água benta é um sinal visível da graça de Deus, mas não foi deixado por Jesus, por isso é um sacramental, não um sacramento), ou seja, para o crescimento espiritual. Superstição, pressão do grupo, vaidade, nada disso são razões válidas para se usar o véu. Um bom teste a se fazer é se perguntar: “Se o Papa banisse o uso do véu amanhã, eu estaria disposta a obedecer?” Se a resposta for sim, então essa é a atitude correta. No final das contas, o uso do véu tem a ver com obediência a Deus e a seus representantes. Obediência, como dizia São Bento, é a prova de fogo para a santidade.
Oração ao vestir o véu piedoso (não é obrigatória): Divino Espírito Santo, hóspede da minha alma, convencida de que a minha verdadeira vida está escondida com Cristo em Deus Pai, visto este véu na minha cabeça na esperança não de aparecer, não para atrair a atenção sobre minha pessoa, mas para esconder-me na imitação de Maria Santíssima. Que todos olhem para Vós Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Esse link tem respostas de perguntas bem frequentes sobre o piedoso uso do véu: http://comosercristacatolica.blogspot.com.br/2014/01/perguntas-e-respostas-sobre-o-uso-do-veu.html
Fontes:
https://padrepauloricardo.org/episodios/e-permitido-o-uso-do-veu-na-igreja
http://comosercristacatolica.blogspot.com.br/2011/12/o-piedoso-uso-do-veu-na-primeira.html
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