São Paulo: Vida e Missão- Waddington Luís

Saulo nasceu em Tarso entre os anos 5 e 10 d.C. Seu nome era uma homenagem a Saul, o primeiro rei dos judeus, sendo Saulo a tradução para o grego. Em Tarso, Saulo recebe formação hebraica, pois pertencia a uma família de fariseus, observantes da Lei. Saulo era fabricante de tendas, comerciante e chefe da guarda do templo de Jerusalém. Foi educado por Gamaliel “em toda a observância da lei de nossos pais” (At 22,3). Durante quinze anos foi discípulo de Gamaliel, aprendendo a lei escrita e suas interpretações para descobrir nela o significado profundo e a orientação para a vida. Gamaliel era um homem temente a Deus e bastante prudente, por isso, pedia prudência para com a nova seita dos cristãos (At 5,38-39). Saulo não entendendo isso, aprova a morte de Estevão (At 8,1), a partir daí, torna-se um grande perseguidor aos seguidores de Jesus. Um dia, quando estava indo à Damasco, uma luz vinda do céu o deixa cego e então ele descobre que aquela luz é Jesus Cristo ressuscitado que ordena que Saulo entre na cidade e lá, novas ordens lhe serão dadas. Em Damasco, Ananias o cura da cegueira e o batiza com o nome de Paulo (At 9,10-19).

Após ter sido batizado, Paulo começa a pregar aos hebreus em Damasco, onde sofre as primeiras dificuldades e perseguições. “Decorridos alguns dias, os judeus deliberam, em conselho, matá-lo.” (At 9,23). Paulo consegue fugir com a ajuda dos discípulos que “tomando-o de noite, fizeram-no descer pela muralha dentro de um cesto.” (At 9,25). Após isso, Paulo se dirige a Jerusalém para se reunir com os apóstolos no Concílio de Jerusalém. Paulo então é mandado para Tarso, sua cidade natal, onde desenvolve a atividade missionária. Pouco tempo depois, Barnabé o chama para ir a Antioquia. “Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos.” (At 11,26). Um pouco depois, Paulo e Barnabé são enviados para Jerusalém levando ajuda aos irmãos que estavam passando por um período de grande fome. Após retornarem a Antioquia, Paulo, Barnabé e Marcos partem em sua primeira viagem missionária.

Apesar das dificuldades provocadas por judeus e por pagãos, conseguiram suscitar comunidades que começaram a se organizar nas cidades visitadas. Em Listra, após uma discussão pública com os judeus, Paulo e Barnabé foram apresentados como blasfemadores, por isso mereciam ser apedrejados. “Sobrevieram, porém, alguns judeus de Antioquia e de Icônio que persuadiram a multidão. Apedrejaram Paulo e, dando-o por morto, arrastaram-no para fora da cidade.” (At 14,19). Durante a noite, os discípulos foram recolher o corpo de Paulo para sepultá-lo, mas viram que este ainda respirava. Após algum tempo, Paulo e Barnabé voltam para Antioquia. Em Antioquia, alguns judeu-cristãos criticavam as atitudes liberais do apóstolo e queriam que fossem impostas, aos convertidos do paganismo, as normas rituais dos judeus. Para resolver o problema, Paulo foi a Jerusalém para se reunir com os outros apóstolos. Após uma grande discussão, foi aceita a posição de Paulo que defendia a igualdade entre judeus e pagãos, além da possibilidade dos pagãos se tornarem cristãos sem passar pelo judaísmo. Após a reunião, Paulo recebe a missão de ser apóstolo dos pagãos (Gl 27-9). Um pouco depois, Paulo parte com Silas para a segunda viagem missionária com o objetivo de visitar comunidades já evangelizadas.

Após a visita, Paulo parte para a Europa. Em Fílipos, Paulo e Silas são acusados, açoitados e presos e em seguida libertados milagrosamente (At 16, 16-40). Passam depois em Tessalônia, Beréia, Atenas e Corinto, onde permanecem por um ano e meio. Após esse tempo, Paulo volta para Antioquia, de onde parte para a sua terceira viagem missionária.

Em Éfeso, os fabricantes e os comerciantes de imagens da deusa Ártemis começam um tumulto para que Paulo saísse da cidade (At 19, 23-40). Após a estada em Éfeso, Paulo parte para a Macedônia e para a Grécia. Depois decide voltar para Jerusalém. Na viagem de volta, parou em Mileto, onde encontrou os anciãos de Éfeso, despedindo-se deles emocionado (At 20, 17-38). Em Jerusalém, seus inimigos conseguiram prender-lhe. Na cadeia é ameaçado de morte, com isso é levado pelos romanos para a Cesaréia. Por ser cidadão romano, Paulo obteve alguns privilégios. Paulo passou dois anos preso em Cesaréia, sendo-lhe permitido receber visitas e cuidados dos seus amigos. Essa demora se deu porque Félix esperava conseguir dinheiro de Paulo e de seus amigos. Após esse tempo, Félix tem como sucessor Festo, que diante deste Paulo apela para que seja julgado pelo tribunal de César. Pouco tempo depois, Paulo, juntamente com outros presos, é entregue ao oficial romano Júlio para ser transportado via marítima para Roma. Durante a viagem acontece uma tempestade e o naufrágio na ilha de Malta (At 27, 13-28, 10). Um pouco depois, Paulo chega a Roma. “Chegados que fomos a Roma, foi concedida licença a Paulo para que ficasse em casa própria com um soldado que a guardava.” (At 28,16). Em seguida, Paulo foi libertado e então retomou as viagens sendo preso e novamente levado a Roma, onde fora julgado, só que dessa vez o processo foi contra ele. Conforme a tradição, Paulo morreu degolado, perto de Roma, no ano de 67.

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