E o Verbo divino se fez carne- Luana Lóscio

Por 16 de fevereiro de 2016 Maria Nenhum Comentário

Amados irmãos em Cristo, neste mês no qual o tema de nosso boletim é “Não temas, Maria!” (Lucas 1,30), continuaremos a tratar acerca dessa mulher que, por ter encontrado graça diante de Deus, foi por Ele escolhida e teve encarnado em seu ventre o Seu Filho, o Messias: Jesus Cristo. Já sabemos que Maria é o exemplo, o modelo autêntico e perfeito para todos os cristãos, seja em nossa oração, em nosso serviço, enfim, em todos os aspectos da nossa espiritualidade. Porém, como somos humanos e fracos, pode nos parecer difícil, muitas vezes impossível, seguir o caminho de Maria. Deus nos convida para que, mesmo em meio à nossa humanidade e à nossa fraqueza, persistamos nesse caminho. É sobre isso que trataremos, sobre como seguir de forma prática esse caminho fácil, perfeito, seguro e curto para encontrar graça diante de Deus e conceber a Jesus – não fisicamente como Maria, mas espiritualmente – em nossos corações.

E o Verbo divino se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, a glória que o Filho único recebeu do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1, 14) Jesus ao encarnar-se em Maria se tornou fonte de santificação para ela, comunicou-a suas perfeições – mistérios, virtudes, vontades, dons, méritos, poder, graça e glória. Dessa forma, Maria se deixou transformar, moldar e aperfeiçoar por Deus, tornou-se sua mais perfeita e fiel imitação. Ao tornar-se imitadora de Cristo, ela também nos abriu esta via.

Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.” (Gênesis 1, 27) Assim como Maria, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, resta-nos apenas, assim como ela, nos deixar transformar, moldar e aperfeiçoar por Ele. E como podemos fazer isso? Primeiramente, é preciso ter um relacionamento com Deus, estar em comunhão com Ele por meio da oração, do jejum, da penitência e da leitura da Palavra, o que já começou a transformá-la e a moldá-la, o que a tornou suscetível a Deus, aos Seus planos e ao Seu chamado. Maria, ao receber Jesus, foi o primeiro Sacrário, a primeira a abrigar Jesus em “corpo, sangue, alma e divindade” – assim como na Eucaristia, o Sacramento dos Sacramentos – dessa forma, ela foi aperfeiçoada pela divindade de Jesus. Portanto, também para nós a Eucaristia é um Sacramento necessário para que sejamos aperfeiçoados pela divindade de Jesus, sigamos o caminho de Maria e, principalmente, para a nossa Salvação.

Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te revestirá com Sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.” (Lucas 1, 35) Só foi possível que Maria concebesse a Jesus sendo virgem por intermédio do Espírito Santo. “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, a mãe de Jesus, e os irmãos dele.” (Atos 1, 14) Também no Dia de Pentecostes, na vinda do Espírito Santo após a morte de Jesus, no nascimento da Igreja, Maria estava presente. Portanto, são os Sacramentos do Batismo e da Confirmação, também necessários para seguir o caminho de Maria e, principalmente, para a nossa Salvação. No Batismo, recebemos o Espírito Santo que é infuso em nós, somos remidos do pecado original e nos tornamos membros do Corpo místico de Jesus, da Igreja. Já na Confirmação, há a efusão do Espírito Santo, que recebemos plenamente e que é selado em nós indelevelmente, nos unindo mais solidamente a Cristo e ao Seu Corpo místico.

Outro Sacramento necessário é a Reconciliação, por meio da qual, arrependidos, Jesus nos atinge com os raios da Sua Misericórdia e perdoa nossos pecados. Através desse Sacramento, torna-se possível a nós buscar a santidade vivida por Maria e por Jesus.

Para que “o Verbo divino se faça em nós”, que Jesus seja concebido espiritualmente em nossos corações e aperfeiçoe nossa humanidade pela sua divindade é necessário que tenhamos uma vida mariana, é necessário que sejamos imitadores de Maria, e, portanto, imitadores de Cristo. Como Maria é a realização exemplar e a Mãe da Igreja, imitar Maria pressupõe compor a Igreja e vivenciar seus Sacramentos. Pois ninguém melhor para dizer “Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Cor 11,1) do que Maria.

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